O alcoolismo é de facto um problema grave, quer a nível humano quer social. O consumo de álcool, em quantidades exageradas, começa por evitar os sujeitos na sua dignidade e torna-se uma causa certa de degradação da saúde, física e mental, e de destruição  da vida familiar e profissional, sendo um problema que preocupa a sociedade. No entanto, frequentemente, o mesmo é tolerado em contextos de lazer e familiar. O álcool aparece, em determinadas ocasiões, como um factor mediador no seu processo de desenvolvimento do indivíduo, podendo constituir um elemento propiciador de comportamentos de risco.

 

    Actualmente, é conclusão adquirida que o alcoolismo é uma doença. Foi pelos cientistas classificada como “primária e crónica, abrangendo factores ambientais, psicológicos e genéticos que influenciam o seu desenvolvimento e manifestações. Uma doença, frequentemente progressiva e fatal, caracterizada de modo contínuo ou periódico, pela perda de controlo sobre o consumo de álcool, pela preocupação do álcool como tóxico, pelo seu uso permanente, apesar das consequências adversas e das distorções do pensamento, que vai até à negação do problema.” (cf. As. Portuguesa de Medicina da Adição. APMA, 26.8.92, vol. 268 n.º8).

 

    A condição do doente alcoólico é evidente; porém, ele aparece quase sempre como a única pessoa que não assume o seu estado. Deste modo, todo o trabalho da equipa técnica do C.A.R.D.A. não se prende apenas no aspecto da intervenção, mas da compreensão dos factores que estão associados ao consumo de álcool dos seus utentes, assim como consequências e posterior prevenção da recaída.